sábado, 29 de maio de 2010

ESPIRITUALIDADE NO CUIDADO DA ADICÇÃO

ESPIRITUALIDADE NO CUIDADO DA ADICÇÃO
  Alessandro Alves
1.       INTRODUÇÃO
Etimologicamente, o termo Terapia vem do grego Thaerapia que significa "Servir à Deus". A prática terapêutica é antiga e concilia a ligação do homem com a natureza. Os primeiros terapeutas surgiram entre os egípcios, onde a prática de cura era dirigida através da força de suas divindades. A Ordem dos Essênios possuía manuscritos que hoje ainda estão sendo traduzidos, com o título de "Thaerapéia", que fornece técnicas de banho de imersão, a utilização da energia solar, a prática com minerais, etc. Os antigos gregos manifestavam grande interesse por trabalhos de cura utilizando os recursos naturais. Naturalmente, existia toda uma mística que envolvia essa prática, já que essa civilização dava muita importância aos sonhos, fenomenologias naturais, energia cósmica, cores e sons, animais, minerais, plantas, etc. O termo hoje é empregado pela medicina ortodoxa para designar algum tipo de tratamento e acompanhamento médico. Muitos foram os mitos que suscitaram-nos uma grande imaginação quantos as práticas terapêuticas da época; nesse aspecto, posso citar dois de interesse e um tanto populares: o mito de Asclépios e de Quíron. Aparentemente Asclépios (ou Esculápio, na versão romana), seria o patrono da medicina ortodoxa, se não fosse o fato desse personagem sair "ressuscitando os mortos" após adquirir o caduceu de Hermes e ser a seguir castigado pelos deuses por isso. Asclépios seria assim considerado o primeiro terapeuta que simbolicamente "tira o estado mortificado que está em nós". Já Quíron, sábio centauro, instruía os heróis em suas jornadas e era uma espécie de psicoterapeuta e conselheiro mitológico; dentre alguns "discípulos" de Quíron, posso citar: Héracles (Hércules), Jasão, Teseu, Perseu, etc. Conta o mito que Quíron ao juntar-se com Héracles na luta contra outros centauros, acaba por ser atingido por uma flecha envenenada na coxa, e como ele era um ser meio divino, passou a sofrer com a ferida que se formara e que nunca sarava. Parece que suas qualidades de curador, aumentaram a partir deste momento, significando que entendia melhor a dor por ter sua própria ferida. Pelo sofrimento impingido a ele, os deuses se comiseraram e transformaram-no na constelação do centauro. Assim é o terapeuta: cura a "ferida" dos outros por ter sua própria "ferida".                 

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