segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Narcóticos Anônimos - SÓ POR HOJE

Só Por Hoje

Os 12 passos do AA, visualização completa

DEPENDÊNCIA QUÍMICA, ABUSOS, COMPULSÕES E ALCOOLISMO - 1 (SIMONE MAGALDI)

Belíssima Campanha contra Beber x dirigir

Campanha Inglesa contra o Alcoolismo

Ministério da Saúde - Campanha

SÓ POR HOJE

Só Por Hoje - A.A. (Alcoólicos Anônimos) - parte 1/3

DEPENDÊNCIA QUÍMICA, ALCOOLISMO E COMPULSÕES PROF MAGALDI

Bora Falar - Crack - Depoimento real de usuário "Ruy"

Depoimento 2 Anderson Punk Ex Viciado Em Cocaína

Viver a Vida mostra depoimento de dependente de crack

Crack - Depoimento de superação

sábado, 6 de novembro de 2010

Reflexão do dia 6 de Novembro


Indo com o fluxo

Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que o concebíamos.
OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES PG. 85

As primeiras palavras que falo, quando levanto de manhã são: "Oh! Deus, me levanto para fazer a Tua vontade!"
Esta é a oração mais curta que conheço e ele está profundamente enraizada em mim. A oração não muda a atitude para com Deus. Distinta da oração, a meditação é um tempo calmo, sem palavras. Estar centrado é estar fisicamente relaxado, emocionalmente calmo. mentalmente focalizado e espiritualmente consciente.
Uma maneira de manter o canal aberto e melhorar meu contato consciente dom Deus é manter uma atitude de gratidão.Nos dias em que sou grato, coisas boas parecem acontecer em minha vida. No momento que começo a xingar as coisas na minha vida, o fluxo do bem pára. Deus não interrompeu o fluxo; minha própria negatividade é que o interrompeu.

Visitem o AA - Área Estado de São Paulo

SÓ POR HOJE


“Só por hoje tentarei viver somente este dia e não tentarei
solucionar todos os meus problemas de uma vez.
Posso fazer alguma coisa por doze horas que me assustaria
se eu achasse que tivesse que continuar a fazê-la
pelo resto da vida.
Só por hoje serei feliz.
Parece ser verdade o que disse Abraham Lincoln:
"A maioria das pessoas é tão feliz quanto tenha decidido ser."

Só por hoje me ajustarei à realidade, e não tentarei ajustar
tudo à minha própria vontade.
Aceitarei o que o destino me reservar, e me adaptarei a ele.
Só por hoje tentarei fortalecer minha mente.
Estudarei e aprenderei alguma coisa útil.
Não serei um ocioso mental.
Lerei alguma coisa que requeira
esforço, raciocínio e concentração.

Só por hoje exercitarei minha alma de três maneiras:
praticarei uma boa ação para alguma pessoa, sem que ela fique sabendo;
se alguém ficar sabendo, não será válido.
Não demonstrarei a ninguém que meus sentimentos estão feridos;
mas hoje não o demonstrarei.

Só por hoje serei agradável.
Terei a melhor aparência possível,
me vestirei bem, manterei minha voz baixa,
serei cortês, não criticarei ninguém.
Não encontrarei defeitos em nada, nem tentarei
melhorar ou controlar ninguém, a não ser eu mesmo.
Só por hoje terei um programa. Talvez não o siga
exatamente, mas o terei. Evitarei dois aborrecimentos:
a pressa e a indecisão.

Só por hoje passarei meia hora tranqüilo,
completamente só, relaxando.
Durante essa meia hora, em algum momento,
tentarei ter uma melhor perspectiva da minha vida.

Só por hoje não terei medo.
Principalmente não terei medo de desfrutar do que é belo,
e de acreditar que na mesma medida
que dou para a vida, a vida dará a mim.”

“Se quisermos desenvolver uma atitude mental que nos traga paz e felicidade,
eis o princípio: Pense e aja alegremente, e você se sentirá alegre”
Dale Carnegie (Sibyl F. Partridge)



Carta aos Adictos, Meus 50 anos

DE: DRª. MARÍLIA TEIXEIRA MARTINS

PARA: ADICTOS
Muita gente me questiona, como posso entender o que se passa na alma, no “coração” e na cabeça de um dependente químico, sendo eu apenas uma profissional de saúde e não pertencer a nenhum grupo de mútua-ajuda. E a cada pessoa que me dirige essa pergunta, deixo como resposta uma reflexão ou outra pergunta:- Então, para ajudar um hipertenso, preciso ser também hipertensa? E a quem possui o transtorno bipolar de humor ou quem sofre de depressão, bulimia, anorexia ou até mesmo de esquizofrenia? Para compreendê-los e ajudá-los preciso de fato também ser portadora desses diagnósticos?

E hoje, aos meus 50 anos de vida, acrescento à minha resposta os 12 Passos de Alcoólicos Anônimos, uma bela filosofia de vida que tive o prazer em conhecer e vivenciar, ainda que não alcoólica e/ou adicta.

Bill e Bob me foram apresentados há algum tempo, através da literatura específica de Alcoólicos Anônimos; e quando entrei em contato com suas primeiras linhas algo novo me aconteceu. E a cada passo, dos 12 descritos, que eu lia e percorria, me vinham respostas precisas e exatas para um emaranhado de sentimentos que eu experimentava naquele momento de minha vida. Como se eu vivenciasse um novo despertar, que somado ao o que o mundo científico me apresentava, a vida me pareceu bem mais simples do que eu imaginava, e por isso mais bela.
Os 12 princípios me apontavam uma direção, como uma bússola que não deixa seu navegante em alto mar se desviar de sua rota.

E fui seguindo, ora para o Sul, ora para o Norte, mas com tranqüilidade e leveza, na certeza de que eu havia descoberto um tesouro. Encontrá-lo era uma questão de tempo. Bastava seguir aquela rota, aquele mapa que caiu em minhas mãos e me tornaria uma pessoa mais rica em sabedoria e direção. E assim fui eu, em busca deste tesouro, passo a passo, e no meu ritmo. E nos caminhos mais escuros e sombrios, fazia uma pausa, desligava o barco e descansava, me contentando apenas em receber o leve toque de uma brisa em meu rosto.

Há poucos meses completei 50 anos de vida. Uma idade que me faz relembrar com intensidade alguns momentos que vivenciei. E nesta rede de lembranças peguei-me refletindo sobre um sentimento em especial: o sentimento de impotência. Impotência diante da minha idade que avança a cada dia, impotência diante do outro e de suas escolhas, diante da morte de um ente querido, diante de um amor que se foi ou diante de um caminho escolhido e percorrido por um filho.

Por quantas vezes, cometo os mesmos erros esperando resultados diferentes? E do alto de minha arrogância preciso me curvar e acreditar humildemente que eu não preciso caminhar sozinha e que, acima de mim existe um Poder Maior que pode devolver-me a “sanidade”, às vezes perdida. ( Einstein dizia: “Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes).
Por quantos momentos em minha vida, me esbarro no limite do possível e preciso acreditar e contar com o impossível, me embriagando de esperança e fé, acreditando e entregando as minhas vontades e minha vida aos cuidados de Deus, o único que com o seu infinito Amor me acolhe, me protege e me transforma a cada dia, a cada 24 horas.

E ao longo dessa minha caminhada me pergunto: quantas pessoas eu feri, magoei, fiz e faço sofrer, mesmo que de forma não intencional? Por quantas vezes sou teimosa, imatura, mesquinha e imperfeita? E para me transformar em uma pessoa melhor, é preciso me renovar, revendo e reaprendendo o real significado do exercício do perdão, admitindo e reconhecendo meus erros e minhas falhas, procurando transformá-los em futuros acertos. E àqueles mais profundos, enraizados e sombrios, pedir humildemente a Deus que os remova e me livre de minhas imperfeições.

Por quantas vezes, preciso vestir-me com a roupa da humildade e da sensatez e me propor a reparar danos causados a mim, a um filho, a um pai, a um professor, a um paciente, a um amigo e até mesmo a algum desconhecido?

Por quantas noites me recolho em meu quarto, em meu canto e faço uma retrospectiva pessoal e destemida de meus atos e comportamentos, me propondo prontamente a admitir e reparar meus erros? E é assim, dessa forma, que vou aprendendo a me relacionar intimamente comigo mesma, com os adictos e principalmente com Deus, rogando a Ele todos os dias, através de orações, preces, meditações e principalmente, através da leitura de Sua palavra, que me mostre sua vontade e me dê forças para alcançá-la.

E hoje, só por hoje, procuro levar e transmitir tudo o que aprendo a outro ser humano, através de meus conhecimentos científicos, através das minhas experiências e vivências, através da minha caminhada cristã ou mesmo através de uma borboleta ou de um passarinho, que por acaso, adentram na janela de minha sala à procura de uma saída e em busca da liberdade perdida. Procuro levar a toda pessoa, adicta ou não, a mensagem de que esses 12 princípios e passos do A.A., com certeza nos tornam pessoas melhores, mais sensíveis, mais felizes e porque não dizer, mais sábias e libertas, a cada dia, a cada 24 horas.

E é desta forma, seguindo-os e aplicando-os primeiramente em minha vida, baseando-me na Palavra viva de Deus e associando-os aos meus conhecimentos científicos e técnicos que, mesmo não sendo adicta, posso olhar, escutar e compreender de forma empática, o que um dependente químico traz em seu coração e em sua alma e, junto com ele redescobrirmos um novo estilo de vida e um jeito diferente e saudável de viver.

Na verdade, este relato, diferente de outros que já escrevi, não deve ser considerado um artigo propriamente dito e sim um texto, fruto de uma auto-reflexão baseada não só em minha experiência pessoal e espiritual, como também em alguns estudos técnicos e científicos.

Carl Gustav Jung (Psiquiatra Suíço, fundador da Psicologia Analítica), por exemplo, em meados de 1934 passou a acreditar que o dependente químico necessita de um relacionamento com Deus para sua libertação dos químicos, admitindo assim que apenas a sua abordagem analítica não era suficiente para o tratamento da dependência química.


“Em 1961, Bill Wilson e Carl Jung trocaram cartas a respeito do papel de Jung na formação de Alcóolicos Anônimos. O próprio Bill nunca deixou de insistir que o “fundador primordial” de A.A. foi Carl Gustav Jung, que plantou as raízes de A.A. alguns anos antes da famosa reunião entre Bill & Bob em Akron, Ohio, em 1935.”

Em uma dessas cartas para Bill Wilson em Janeiro de 1961, Jung escreveu, em referência a um paciente de nome Roland H, que ficou sob os seus cuidados clínicos em 1931.

...”Sua fixação pelo álcool era o equivalente, num grau inferior, da sede espiritual do nosso ser pela totalidade, expressa em linguagem medieval, pela união com Deus.”...
...”Veja você que “álcohol” em latim significa “espírito”; no entanto, usamos a mesma palavra tanto para designar a mais alta experiência religiosa como para designar o mais depravador dos venenos.
“A receita então é “spiritus” contra spiritum”.

Referências Bibliográficas:

1. O caminho dos 12 passos – Tratamento de dependência de álcool e outras drogas – John E. Burns – Edições Loyola – 2ª edição
2. Alcoólicos Anônimos na Bahia: http://www.aabahia.org.br/billjung.htm

Murray Stein (Murray Stein, Ph.D. é um Analista de formação na Escola Internacional de Psicologia Analítica, em Zurique, na Suíça. His most recent publications include , and (Editor of the Jungian sections, with Ross Skelton as General Editor). Realiza internacionalmente palestras sobre temas relacionados com a Psicologia Analítica e suas aplicações no mundo contemporâneo.) faz também uma referência às cartas trocadas entre Carl Jung e Bill Wilson em seu livro “Jung – O mapa da alma – Uma Introdução”:
“Quando Bill Wilson, co-fundador dos Alcoólicos Anônimos, escreveu a Jung em 1961 e o informou sobre o ocorrido com Roland H. (um paciente a quem Jung tinha tratado por alcoolismo no começo da década de 1930), Jung o respondeu admitindo que o terapeuta é essencialmente impotente ao tentar vencer a dependência de um paciente de uma substância. Jung dizia – na minha paráfrase de sua carta – “Você precisa de um símbolo, de um análogo que atraia a energia que foi para a bebida. Tem que encontrar um equivalente que seja mais interessante do que beber todas as noites, que atraia o seu interesse mais do que uma garrafa de vodca”.
Um símbolo poderoso é requerido para provocar uma importante transformação num alcoólico, e Jung falou da necessidade de uma experiência de conversão.”

Referência Bibliográfica: Jung – O Mapa da Alma – Uma Introdução – Murray Stein – Editora Cultrix - 2000

E agora, termino este relato parafraseando o texto de James Agrey, a Parábola da Águia, tão conhecido por todos nós. Às vezes sinto que Deus me entregou a missão de descobrir águias e fazê-las acreditar que podem voar. Umas aprendem mais rápido do que outras e já estão alçando vôos tão altos que já não as avisto mais. Outras, mostram suas tentativas com tanto empenho e dedicação que não demoram muito e já se arriscam a dar os primeiros vôos bem sucedidos. Caem às vezes, mas não se acomodam. E assim que se recuperam arriscam mais um vôo, tornando-se tão aptas quanto às primeiras. E algumas demoram um pouco mais do que as outras. Talvez por sentirem medo de se arriscarem e descobrirem a imensidão do universo com todas as suas possibilidades. E são com estas que Deus de uma forma muito suave, gentil e respeitosa, me retira de cena. De alguma forma que desconheço, faz com que estas águias olhem para cima, além dos limites estabelecidos por “muros ou cercas” e as fazem descobrir que acima de suas cabeças existe um sóbrio universo e é por ali, olhando para cima e permitindo a Sua ajuda e a Sua presença que podem se libertar. Nestes casos, literalmente saio de cena, de forma humilde e obediente para que apenas Deus realize Sua grandiosa obra! Por isso, muitas vezes é necessário admitir e reconhecer minha impotência diante de alguns adictos e dizer “não” às minhas vaidades, ao meu orgulho, aos meus caprichos e desejos onipotentes. E neste percurso, me deparo mais uma vez com a mensagem que às vezes teimosamente insisto em não seguir: que preciso escutar e obedecer a Deus acima de qualquer coisa. E entendo que é assim, que alguns adictos finalmente levantam seus vôos mais altos e necessários, passando a acreditar que para se transformar em uma águia basta apenas o desejo em sê-la. E que é preciso abrir mão de alguns lugares, de alguns amigos e voar acompanhado de outras águias, rumo ao mesmo objetivo. E só depois que alçarem vôos bem altos e seguros que conseguirão ajudar o outro, realizando assim o 12º passo que os grupos de mútua-ajuda sugerem e ensinam.

Se viverei mais 50 anos, não sei. Mas é com o coração encharcado de gratidão e como cristã que sou, que me dirijo a Deus neste momento e neste dia, agradecendo a Ele por ter me dado o privilégio de poder estar aqui durante tantos anos! Obrigada Senhor, por Suas palavras que me transformam e me fazem renascer a cada dia.
Obrigada Jung por me fazer compreender, acreditar e aceitar que só a Ciência não basta e que é preciso algo mais.
Obrigada Bill e obrigada Bob, que com um verdadeiro espírito de união, solidariedade, desprendimento e amor ao próximo, me “apresentaram” e me deixaram uma linda e funcional filosofia que me norteia a cada dia, mesmo não sendo alcoólica e/ou adicta. Obrigada por me “emprestarem” estes 12 princípios e passos, hoje já incorporados e gravados em minha alma.

Só por hoje eu os agradeço eternamente e levanto um brinde à sabedoria e à vida.
E a você adicto, deixo o meu carinho e a certeza de que o vôo é possível sim, desde que você se permita.
É...não existe vôo mais seguro e mais alto do que o vôo na presença de Deus!!
Então, voa adicto... voa em busca de sua liberdade, sobriedade e de sua recuperação!
E um feliz vôo!
Deus o abençoe.
Com carinho e amor,
Marília

“Concedei-me Senhor a serenidade necessária, para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir uma das outras.”



Obtido em ENTRE SEM BATER Artigo da DRª. MARÍLIA TEIXEIRA MARTINS
E-mail: psi.mtm@terra.com.br
Site: http://www.universoadicto.com.br/

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Para os Familiares


PARA FAMILIARES DE ADICTOS
                                                   Medicina Avançada - Dra Shirley Campo

31/10/2003

O apoio da família na recuperação de dependentes químicos determina, positivamente ou não, a eficácia do tratamento. A opinião é da psicóloga Solange Dantas Ferrari, que coordena um Grupo de Apoio para estas pessoas e seus parentes há seis anos. A psicóloga conta que o preconceito da própria família do dependente agrava o problema. "Muitos têm vergonha de admitir que possuem um dependente químico em casa e por isso se afastam", diz. Segundo ela, o viciado em drogas, álcool e o depressivo dependem da ajuda dos mais próximos para se sentirem vinculados e com vontade de se recuperar.

Com a objetivo de orientar a família dos dependentes, neste sentido, Solange e Arlete Jacon, que também é psicóloga, reúnem todas as terças-feiras cerca de 40 familiares que trocam experiências sobre os problemas domésticos causados pelos vícios e as formas de como enfrentá-los. "Nestes casos, a família se torna co-dependente, ou seja, ela adoece junto com o viciado e também deve receber tratamento", disse. Nas reuniões, com o acompanhamento das psicólogas e através de depoimentos, as famílias se conhecem e compartilham soluções.

Com o auxílio da família, sete em cada dez dependentes - ou em 70% dos casos - conseguem controlar o vício. "A quimiodependência é uma doença que não tem cura, mas sim controle. A eficácia do tratamento não depende de medicação, mas sim do desejo de recuperação atrelado ao apoio dos mais próximos", frisou Solange.

A psicóloga também disse que o acesso às drogas tem começado mais cedo e atingido também as mulheres. Segundo ela, a maioria dos dependentes entra nesse "mundo" por volta dos 13 anos de idade através do álcool. "Chega uma hora que a bebida não faz mais efeito e o adolescente vai procurar substâncias cada vez mais fortes", disse. Para a especialista, uma família desestruturada também contribui com o agravamento do vício. "Os mais jovens, principalmente, vêem nas substâncias alucinógenas uma saída para os problemas do cotidiano familiar conturbado", ressaltou.

Conforme Solange, todos os dependentes químicos necessitam de ajuda. "O auxílio começa em casa e deve se estender em grupos de apoio e até tratamento em clínicas, se necessário". Com esse respaldo, o controle do vício é facilitado. "Já tivemos casos em que a pessoa estava no 'fundo do poço', mas que, com muita força de vontade e auxílio, conseguiu se livrar do problema", disse.

Ela contou que um dos casos mais marcantes foi o de um idoso de 69 anos, que mesmo com a idade avançada, lutou contra o álcool e conseguiu vencê-lo. "É muito gratificante quando ajudamos a trazer de volta a vida de um ser humano; mesmo que todos digam que não vale a pena o esforço, para nós vale, e muito", completou a psicóloga.

O Grupo de Apoio, aberto à população, atende todas as terças-feiras, das 19h30 às 21h30, na Rua Alferes Franco, 1241, no Centro.
Gazeta de Limeira 12/08/2003

Influência familiar no tratamento da dependência química
Silva, Macedo e Derntl

Os padrões de depressão e mania ou transtornos de humor, presentes nos dependentes químicos se estendem ao sistema familiar, estabelecendo condutas e comportamentos repetitivos que promovem o ciclo de dependência e que podem agravar a situação do dependente.

Esta é a hipótese básica que norteou a investigação relatada no artigo publicado pela revista Psicologia em Estudo em 2007. A pesquisa teve como objetivo compreender como os transtornos de humor do indivíduo dependente se manifestam no âmbito familiar e quais suas implicações na manutenção do ciclo da dependência.

A pesquisa apresentou um estudo de caso que enfocou uma família, residente em São Paulo, com um membro dependente de cocaína e crack. A coleta de dados deu-se em uma instituição especializada em tratamento de dependência química onde foram efetuadas 10 sessões de psicoterapia familiar. A família era constituída pelo dependente, sua esposa, sua mãe e sua irmã.

 Os resultados deste estudo foram baseados nos dados que emergiram das sessões e nas categorias descritivas de padrões de humor criadas por Stierlin, Weber, Schmidt e Simon em 1986, que trabalharam com famílias com transtornos de humor. Tais categorias tratam dos padrões de relação comunicacional, comportamentais e afetivos destes sistemas familiares.

 Os autores concluíram que a terapia familiar funcionou como uma espécie de catalisador do tratamento; conscientizando os membros familiares da importância de sua participação ativa no processo terapêutico além de fortalecer e restabelecer os vínculos afetivos entre eles.

 Os pesquisadores enfatizaram que este estudo propiciou uma maior compreensão da dinâmica do ciclo da dependência, por constatar que os padrões de transtornos de humor se estendem à família ao serem identificados como uma expressão do todo e não só ao dependente. Este dado facilita o trabalho do psicoterapeuta e possibilita que cada elemento do sistema familiar visualize as diferentes posições e responsabilidades assumidas por cada um.

Texto resumido pelo OBID a partir do original publicado pela Revista de Psicologia em Estudo, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 12 (1): 61-70, 2007. ISSN 1413-7372. Editada pelo Departamento de Psicologia - Universidade Estadual de Maringá.
Fonte: OBID
                                   O mundo não vai se acabar se você se tratar !

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...