terça-feira, 22 de março de 2011

Auto-Estima, João Alexandre Rodrigues

Antes de falar na Auto-Estima gostaria de olhar para alguns sintomas da doença da adicção. Encontramos na adicção quer a substancias ou comportamentos, três vertentes que contribuem para uma baixa auto-estima:


Física – Compulsão; processo uma vez despoletado pode ser extremamente difícil parar,

Mental – Obsessão; preocupação exagerada e ilusão (negação),


Emocional /Espiritual - Total egocentrismo e (egoísmo).



Sabemos que este “triângulo” afecta todas as áreas da vida de um adicto (pessoal, familiar, social e profissional) automaticamente afecta a auto-estima de uma forma corrosiva. A baixa auto-estima é um problema comum, na maioria dos adictos, e em diversas situações passa despercebido e difícil de identificar. Recordo-me de alguém dependente de químicos, dizer “mas, quando eu uso drogas sinto que a minha auto-estima é alta”. Para alguém que tem um problema de adicção, usar (abusar) drogas é perfeitamente “normal”. Faz parte do seu dia-a-dia como por ex. alimentar-se.
Para muitos potenciais adictos o problema surge, não é a causa, apenas um factor, da incapacidade para se auto-aceitarem e lidar com os sentimentos em situações de crise(baixas aptidões e capacidades). Muitas vezes, aparecem sentimentos de raiva, tristeza, confusão e medo. Existe um autocrítica muito rígida e perfeccionista, ex., certo e errado, um julgamento pessimista de si mesmos, em certos casos procuram aceitação dos outros. Na minha opinião, ninguém com uma auto-estima “saudavel” se torna adicto.
Outro aspecto que considero importante tem a ver com qualidade das relações com as outras pessoas. Para alguns existe uma incapacidade em se envolver em relações positivas (familiares, profissionais e sociais) de uma forma honesta, assertiva e sincera. Fecham-se nas suas “conchas” com medo da rejeição, assim adoptam a rejeição nos seus relacionamentos, como mecanismo de defesa, com medo em ser rejeitado. A solidão, a inadequação, a auto-piedade e a manipulação, e a desonestidade tornam-se os piores “inimigos” e “companhia”, neste estado de espirito, é mais fácil mudar a percepção da realidade (culpar os outros, ser uma vitima, um incompreendido) em vez de mudar as próprias atitudes e comportamentos. Do “velho eu”, do passado, passar para o “novo eu” do presente. É importante substituir os “velhos hábitos e padrões de comportamentos” por um novo modo de vida, com base em princípios de vida, que promovam a valorização e o desenvolvimento pessoal, social e espiritual.
A auto-estima (auto-imagem) é o resultado da interacção (qualidade dos nossos pensamentos, sentimentos e acções) com as outras pessoas ao longo da nossa vida. Uma auto-estima “saudável” provoca sentimentos de auto-confiança, ser produtivo, merece ser amado e amar os outros, enfrentar os desafios do dia-a-dia. Por vezes, torna-se difícil exprimir ou identificar sentimentos. Isto acontece, porque cada ser humano é um ser Único; não existe ninguém no mundo igual. Isto é uma razão suficiente forte para se sentir orgulhoso. Manter a auto-confiança é “meia batalha ganha”, é acreditar, que primeiro; se é suficiente “forte e positivo”, por isso, é possível recuperar e segundo; aconteça o que acontecer não estou só. Sabemos que não é fácil mudar “velhos padrões” de atitudes e comportamentos. Pode soar a algo “desconhecido” e assustador. De qualquer maneira, uma “auto-imagem” positiva promove abertura a novas ideias e formas de viver um novo modo de vida. Quando a auto-estima é “saudavel” o medo não impede (paralisa) de aceitar novos desafios e desenvolver novas aptidões. Aceita-se o risco em fazer coisas novas e diferentes. Pelo menos tenta-se, “o não é garantido...”. Aceitação das imperfeições e das qualidades, toda a gente é assim. Fazer afirmações positivas de uma forma persistente e aceitar elogios das outras pessoas. Pedir e aceitar ajuda. Estabelecer objectivos e atingi-los aprendendo novos recursos, novos talentos e novas “ferramentas”. Usufruir de algum tempo sozinho (com os próprios pensamentos e sentimentos) e ser uma “boa companhia”. Desenvolver a auto-confiança, acreditar na intuição “gut-level” e agir naquilo que considerar correcto. Pessoas positivas atraem pessoas positivas.


Podemos ficar desiludidos, com algumas pessoas na nossa vida, mas não nos podemos esquecer que nós também muitas vezes desiludimos os outros.


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