terça-feira, 15 de março de 2011

Caráter


Caráter 

Caráter aqui nesse glossário interessa sob o ponto de vista da personalidade. De acordo com Reich, o Caráter é composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão consistente de respostas para várias situações. Isso inclui as atitudes e valores conscientes, estilo de comportamento (timidez, agressividade e assim por diante) e atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do corpo).
Na psiquiatria clássica o Caráter é o atributo funcional da Personalidade responsável pela volição (vontade) e pelos conceitos éticos e morais. Assim sendo, o sociopata ou a pessoa que se conduz emancipada dos conceitos morais e éticos, bem como aquela que não consegue dominar sua vontade seria portadora de um transtorno de Caráter.

Alguma neuroses também podem ser entendidas como alterações do Caráter. A chamada Personalidade Neurótica ou, conforme termo de Henri Ey, do Caráter Neurótico, implica nas Disposições Pessoais, no arranjo peculiar dos traços no interior do eu, da modelagem afetiva no desenvolvimento da personalidade, da história biológica e existencial do indivíduo e das exigências adaptativas que a vida solicita.

Patologicamente podemos dizer, também, que a pessoa portadora da Personalidade Borderline, embora seja bem menos perturbada que os psicóticos, são muito mais complexas que os neuróticos, embora possam ter deformações de caráter tanto quanto nas personalidades sociopáticas. Estas personalidades sociopáticas ou psicopáticas, devido aos defeitos de caráter, costumam fazer com que o a pessoa demonstre uma absoluta falta de sentimentos diante de estímulos importantes.

Cloninger desenvolveu uma das teorias mais aceitas atualmente para explicar como se forma a personalidade e também considerações a respeito dos transtornos de personalidade. Neste modelo a personalidade é concebida como a interação do Temperamento (traços herdados) com o Caráter (traços aprendidos). Este modelo é tridimensional ou seja “bio-psico-social.

De fato, particularmente, entendemos o Caráter como tendo sim uma parte, talvez a maior delas, de natureza constitucional. Esta seria a volição (vontade) ou, se preferir, a capacidade de domínio sobre a vontade. A parte do Caráter relacionada à valoração do comportamento, ou os limites da conduta (ética), seria aprendida. O Temperamento, por sua vez, realmente é de natureza constitucional. Isso quer dizer que a tonalidade afetiva ou o perfil de humor é de origem constitucional.

Ao estudarmos as perturbações mentais, em muitos casos vamos ver que se tratam de reações cuja natureza não é só determinada pela situação vivencial psicotraumática, mas também pelas predisposições da personalidade. A maioria das reações psíquicas mórbidas desenvolve-se em função de uma perturbação de Caráter que predispõe a elas.


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