quinta-feira, 7 de abril de 2011

Reescrevendo a própria vida

Bem, depois dessa fartura de material para estudo sei que o meu dever de casa não será mais um bicho de 7 cabeças. Destrincharei um montão de coisas, aproveitarei a boa leitura que farei dos artigos postados, que irei imprimir, para escrever algo mais coerente sobre minha experiência particular sobre este meu envolvimento com a questão das drogas. Terei que reescrever meu inventário moral [não é todo mundo que gosta dessa idéia não, mas é fundamental escrever...Vou deixar meus pruridos de pequeno burguês e vou me despejar na escrita]. A leitura completa é fundamental em tudo. Nada de leitura parcial, pois devo fazer a releitura do meu próprio ser... um balanço da minha vida, com honestidade. boa vontade e mente aberta, né?!  

SPH

Hasta Siempre, Baby !

2 comentários :

  1. Foi dificil, doloroso aceitar que eu manipulava, que controlava, que era algoz ao invés de "martir". Foi doloroso admitir centenas de coisas que transformavam o cenário desfavorável pra mim. Afinal "eu não era a DQ".
    Estando em recuperação também ouvi muitas palavras doloras do meu familiar DQ, algumas eu sabia que era verdade, mas meu ego não admitia que um adicto pudesse saber do que eu precisava, muitas discussões ocorreram, afinal "minha droga de preferência": o meu familiar adicto agora em recuperação não se agarrava mais a mim, agora ele tinhas suas proprias bóias, seu padrinho de NA e seus companheiros de recuperação, o sentimento de auto-piedade pairava sobre minha cabeça afinal: "Eu fiquei ao seu lado e agora que está bem procura a companhia de outros ao invés de optar por ficar comigo" - eu me sentia traída, mesmo tendo meu familiar em recuperação eu me sentia muitas vezes pior, e mais solitária, por diversas vezes eu ouvi: "Vá buscar ajudar - Vá mais as reuniões - Vc tá doentássa!!!" Eu recebia isso como um ataque e a discussões eram fatais.
    Foi dificil aceitar, que agora, quem mais precisava de ajuda era a Super Cicie, pois eu me achava uma super heróina, aquela que ajudava os fracos e oprimidos, foi dificil aceitar que minha criptonita era minha própria mente.
    A mudança foi lenta, mas nunca deisitiram de mim, meus companheiros me ouviam, atendiam meus telefones no meio da noite, minha casa vivia cheia de "amigos em recuperação" fossem de NA ou NAr-Anon, ou outros grupos de 12 passos, passavamos a noite falando de recuperação, formamos uma familia onde ninguém julgava e todo mundo se ajudava.
    Um dia que nunca me esqueço foi o dia que saindo de uma reunião do Nar-Anon, meu marido me contou que alguns dias atras havia recaído, foi estranho ouvir aquilo, eu não entendia o porque dele me contar, e tudo foi ficando embaraçado na minha cabeça, parte de mim queria gritar e sacudi-lo pelos ombros, a outra parte me dizia pra esperar, pra calar, pra pensar... Decidi por ficar calada e ao ser questionada por ele, consegui manter a sanidade, lhe disse que eu precisava de um tempo, precisava ligar pra alguém, precisava de ajuda, mas não a dele. Foi ai que percebi o quanto posso decidir pelos meus atos...posso decidir por pensar ao invés de simplesmente reagir aos acontecimentos.
    Hoje ainda é dificil e trabalhoso pois os sentimentos que a co-depencia gera são como o uso de drogas, no inicio nos trazem alivio, e é bom se sentir "Salvador da Patria", mas com o tempo, como a droga, vc não quer mais parar e arranja justificativas pra qq ato insano, mas eu tenho que parar, só posso cuidar de mim mesma aos outros eu só posso amar, e não adianta amar o próximo se vc não se ama, não se pode ajudar o adicto se vc não se ajuda.
    Alias muitas vezes o adicto pode estar te ajudando muito mais do que vc a ele.
    Hoje na minha familia cada um procura ajuda pra si proprio, assim acaba ajudando o outro. Não existe mais lugar nem para o algoz adicto muito menos para a martir familiar, hj decidimos tentar...
    Parabéns pela materia - se puder abrir os olhos de ao menos uma pessoa já valeu a pena
    Beijos!!! e boas 24hs

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  2. Oi pessoal do SPH, demorei algumas horas para digerir a leitura sobre co-dependendes. O texto é um verdadeira TAPA NA CARA. Me vi em cada parágrafo e consegui me identificar em todos os traços de co-depência, estou em recuperação a algumas boas 24hs, e hoje tenho conciência da maioria dos meus desvios de caracter.
    Hoje consigo ter sanidade,mas nem sempre foi assim:
    Quando descobri a DQ do meu familiar eu me dispuz a ajudar e decidi ficar a seu lado, isso foi o que eu exteriorizei, mas no fundo eu tinha sido tomada por uma enorme dor e um sentimento imenso de vergonha e fracasso, mesmo "querendo" ajudar eu manipulei por um bom tempo, pois evitava ao máximo que meu familiar decidisse pela internação, afinal, com a internação nosso "segredo" viria a tona e todos ficariam sabendo da doença (afinal como justificar à familia a ausencia de mais de 5 meses do meu familiar?), mas a internação foi necessária, o bom é que isso me levou ao Nar-anon, foi doloroso e dificil, por algum tempo no grupo eu ainda tentei manter minha mascara de "martir", mas eu não consegui manter a fachada por muito tempo, mesmo porque o eu em recuperação exigia honestidade do eu manipulador, mentir nas reuniões é mais dificil do que mentir pra familia, pois nas reuniões ninguem te julga, pelo contrario te acolhem, te aceitam, nessa caminhada consegui admitir pra mim mesma minha insanidade.

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soporhoje10@gmail.com

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