terça-feira, 16 de agosto de 2011

O preconceito e os efeitos da mesma droga

O HOJE SE FEZ ONTEM, FAZ POUCOS INSTANTES. O QUE ERA 15 VIROU 16. ASSIM É O TEMPO. NÃO EXISTE COMO PARAR, RETROCEDER, NEM AVANÇAR. TEORICAMENTE É POSSÍVEL VIAJAR NO TEMPO. SERIA BASTANTE INTERESSANTE SE NOS FOSSE DADA ESTA OPORTUNIDADE PARA REVISARMOS NOSSAS VIDAS. SERIA POSSÍVEL MUDAR TANTAS COISAS E ALTERARMOS OUTRAS TANTAS, APAGANDO CENAS DESAGRADÁVEIS E ALTERANDO TUDO PARA DARMOS UM NOVO DESFECHO AOS DRAMAS E TRAGÉDIAS EXPERIMENTADOS NO CURSO DAS NOSSAS HISTÓRIAS, CRIANDO UM FINAL FELIZ PARA ESTA NOVELA, QUE NOSSAS VIDAS ACABAM VIRANDO...EU FARIA DAS AVENTURAS ERRANTES UM FILME ROMÂNTICO, INSTRUTIVO, EDUCATIVO... MAS AI SERIA UM FILME DESSES, ÁGUA COM AÇÚCAR, DE QUEM COME PIPOCA SEM SAL. NÃO SERIA HONESTO, NÃO TERIA O TALENTO DOS MESTRES DA DIVERSAS ARTES E A EMENDA SAIRIA PIOR QUE O SONETO.  

Poxa,  não me dei conta de que escrevia em caixa alta, como se estivesse gritando, ferindo uma convenção antiga, dos meus tempos iniciais pelo mundo ciberespacial. Perdão, leitor. Por favor leia tudo quanto escrevo como se estivesse ouvindo alguém falando serenamente com você. Tem momentos que escrevo com ironia e ninguém entende. Noutros com bom humor. Mas para entender o outro de maneira salutar é preciso estar com a mente saudável. Não é difícil experimentar o refazimento de uma leitura, com uma releitura do que escrevi em voz serena, pausada, como um soleado musical. A exaustão, o estresse, o medo, já me causaram tantos problemas cognitivos...Não que eu não tenha meus momentos de exaltação, mas eles constituem exceção e não uma regra. Mas perdi tempo escrevendo esta observação tentando me justificar de algo que poderia passar de modo imperceptível. Não queria falar no dia dos pais, celebrado na véspera, em uma churascaria. Tudo estava divino e maravilhoso. Encontrei até um antigo companheiro de quarto da minha internação verdadeira. A família estava feliz, afinal eu não era mais aquele ETzinho, nem um ETezão, nem um ET de Varginha. Era um ser humano que ria, sem aquele ar de superior, mas com a espinha ereta e a cabeça sempre erguida. Única reclamação foi em relação aos garçons que me ignoravam, como se eu não fosse um carnívoro. Final de rodizio feliz, voltamos para casa. Escrevi, postei, respondi e-mails, tentei atender solicitações e, cansado, fui dormir.

No sono tive um sonho louco, absurdo. Primeiro que os personagens que contracenavam comigo eram todos finados. Companheiros "das antigas"; poderia até citar o nome deles. Eram todos filhinhos de papai, mas todos "bandidos", no sentido de espertos e escolados. Alguns até que eram bandidos de verdade. Morreram todos. Uns de acidente automobilístico, outros atropelados, outros assassinados e, os que não apareceram no sonho, mas eram da mesma galera, morreram de AIDS. Estes morreram por não possuírem conhecimento sobre a doença e tomavam picos na promiscuidade do revezamento da "gringa", ou "grinfa". Os galãs iam morrendo e o glamour dos anos 70 morriam nos anos 80 e 90, do século passado. No sonho eu estava recebendo treinamento militar. Me deram uma beretta que não tinha espaço para meu dedo acionar o gatilho. Pode?!  Fuzis que eu não sabia usar, não sabia manusear e quando tentei, não tinham balas e eu não sabia se haviam pentes, não compreendia o funcionamento dos armamentos. Era um trapalhão. Mas ninguém me tratava como tal, havia repeito. Mandaram que eu usasse uma granada, mas tive medo e o "maluco" me ensinou e acabou jogando a droga da granada no local em que um amigo comum acabara de mergulhar. Creio que morreu, no sonho, como morrem peixes, vitimas da pesca predatória. Essa galera toda amava a "Mary Jane" e a cocaína. Naquela época com um grau de pureza muito maior (é branca, inodora e cristalina - brilha!) que essas de hoje em dia, todas batizadas de porcarias, anfetaminas, talco, pó de giz, pó de mármore, anfetaminas e etc. Tudo era feito artesanalmente. O esquente e diluição da droga numa colher, aquecida com uma vela, o garrote e, depois da aplicação, a ligação. Possivelmente teriam morrido de AIDS, outros não, porque deixaram de usar numa boa.

Não era difícil largar o vício da coca porque era algo que não causava dependência física. Uma vez um desses "amigos" estava meio sonolento e procurei saber dele que merda ele havia usado e ele me falou que havia tomado um "pc" (pico) de "heroína", isso nos anos 70. Nessa noite tivemos uma briga terrível em um club e ele estava lesado, embora fosse bom de briga e gostasse de brigar,não se mexeu, o resto estava sob efeito da "brisa". Nunca acreditei nesse coisa de heroína, mas pico com coca, perventin, preludim, desbutal eu sabia que se tomava e muito. Vinha da Argentina. Também se ingeria barbitúricos famosos e as anfetaminas cognominadas de "bolinha". Houve época em que comprei MORFINA, em comprimidos, na farmácia, legalmente. Mas comprei para dor de cabeça. A dose era alta e meu pai, sendo médico, logo cuidou de apreender a caixa e dar um fim. Dias depois foram apreendidas essas caixas de morfina. Juro que não usei com outra finalidade. Havia um entorpecente de nome Kelene, que lançado na pele gelava a mesma. Era usado para acabar com larva migrans e muita mulher viciou. Lança perfume quase todo mundo usou, inclusive seus avós, provavelmente. Era lícita até o dia que Jânio Quadro resolveu proibir.

A cultura das drogas é uma coisa tão velhinha!

O sonho que tive foi algo muito louco. Porque eu estaria sendo submetido a um treinamento de guerra. Sei lá, de tanto rezar, talvez eu esteja orando errado e estes mortos-amigos estejam me municiando com ferramentas voltadas para minha recuperação, e me preparando para o que não deixa de ser uma guerra contra as drogas. Falo drogas no plural, porque conheço cada um delas e os efeitos comportamentais de cada uma. Mas, acrescento, nunca fui um cara descontrolado (ops!). Parece que estão adicionando alguma coisa a mais nessas drogas, dos tempos atuais, principalmente na cocaína que foi tão fácil largar. Creio que essa coisa de deixar, independentemente de NA, tem muito a ver com a vontade e a determinação do usuário.

Postei um artigo do Blog de Antonio Nery porque ele é uma das personalidades no Brasil que mais entende de drogas, embora seja bastante modesto, mas o cara é reconhecido internacionalmente como especialista, dos melhores do mundo.

No mais, embora o crack seja cocaína, a galera que usa o "bright" não gosta de "maconheiro" e discrimina usuário de crack, como se o crack não fosse cocaína. Agora apareceu o "oxi", que é o crack com teor de cocaína mais elevado e outras substâncias adicionadas a ela, mas todas possuem a cocaína como merda comum. É tudo uma droga só, num balaio de gatos-usuários preconceituosos. Sonhar não paga imposto. Chato é ter pesadelos e isso nunca mais tive.

Só por hoje eu não vou lembrar quantos dias estou limpo, transparente e gozando momentos de raro prazer e muita emoção. Agora, não sou um cara preso a manuais, fanático. Gosto do que funciona, o que não funciona é uma droga e delas eu estou me livrando numa boa, tirando de letra. Terapia mesmo vou iniciar. Meu PS é mais que demais e tudo que peço ele me atende. Agora, leitor, ou leitora, se você leu tudo isso mereceria uma medalha de honra ao mérito. Nesta nação ninguém mais quer saber de leitura longa. Fui !

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