domingo, 13 de abril de 2014

Travessia

 
Recebi um livro do poeta Thiago de Mello com uma belíssima dedicatória. Aqui deixo patente minha gratidão, a ele e a meu filho, que "me prolonga", segundo o próprio poeta.
 
Lembro que Eric Clapton livrou-se dos variados vícios por conta própria e ele usou e abusou de drogas pesadas. Ele começou utilizando a mesma técnica que Nelson Gonçalves: ir diminuindo a dosagem, dia após dia, até zerar o uso. Teve sucesso com a heroína e dificuldade com a cocaína, cujo uso se prolongou por três meses, e venceu o alcoolismo. Perguntaram a ele o que sustentava ele nessa luta ingente e obtiveram como resposta: a guitarra!
 
Muitas vezes penso que muita coisa que parece tão difícil pode ser tornar tão fácil  de obter, diferentemente do que muita gente imagina. Pequenas atitudes e pequenos gestos ajudam muito. Até uma simples palavra de conforto, que não custa nada, ajuda muito. Some isso ao carinho, afeição, atenção e amor que temos podemos nos oferecer, mutuamente. Nada de viver numa espécie de cabo-de-guerra.
 
O poeta me energizou e motivou positivamente, do mesmo modo o filho que estabeleceu a ponte. São gestos simples que ajudam muito.
 
Também vem me alentando estar editando um livro escrito pelo meu avô, falecido em 1970. Ele foi tão forte que nem mesmo o AVC, que o acamou, conseguiu impedi-lo de concluir a obra, mesmo com os garranchos compreensíveis. A luta dele é um exemplo que me fortalece.
 
Acenaram, cogitaram, prefiro dizer assim, com um relançamento, em edição de luxo, de um livro escrito em parceria com um inesquecível tio, outro estimulo para prosseguir lutando.
 
A fortaleza do meu pai, o caráter dele, mesmo no auge da idade avançada, me impressiona. É o meu pai herói, a quem devo não apenas a vida, mas tudo de bom que já me aconteceu. A ele não devo, nem meus defeitos, nem meus vícios.
 
Também projeto concluir trabalhos que deixei inconclusos e eu até havia esquecido que já possuo alguma coisa concluída, pronta para publicação, mas nada que verse sobre drogas.
 
Quando um adicto é estimulado, bem motivado, ele se apega a algo, como Eric Clapton se apegou à guitarra dele. Pena que tanta bela gente não consiga ver coisas boas e belas que ajudem a energizar, positivamente, um dependente químico. Um hobby ajuda muito, porque ocupa a dor do copo vazio que está cheio de ar. Entendeu?
 
Esta imagem é para agradecer uma dadiva obtida por minha filha!
 
 

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